Dia Mundial da Hepatite: ‘trazendo os cuidados para mais perto de você’

Todos os anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) organiza a campanha do Dia Mundial da Hepatite (como uma de suas nove principais campanhas anuais de saúde) para aumentar a conscientização e a compreensão sobre as hepatites virais. Para 2022, a entidade se concentrou no tema “Trazendo os cuidados com hepatite mais perto de você”, e orienta aos países que coordenem e estabeleçam uma prestação de serviços simplificada sobre a patologia, aproximando os cuidados básicos das comunidades.

As hepatites virais são inflamações do fígado causadas por cinco principais cepas de vírus, designados A, B, C, D e E. As infecções podem ser agudas ou crônicas, e o curso da doença apresenta uma enorme amplitude, de leve a muito grave, com evolução para cirrose e predisposição para câncer hepático.

O mundo enfrenta, desde abril de 2022, um novo surto de infecções agudas de hepatite grave de etiologia desconhecida em crianças. A OMS, juntamente com cientistas, trabalha para entender a causa da infecção, que parece não pertencer a nenhum dos cinco tipos conhecidos.

A maioria dos casos agudos causa doença leve e pode até não ser diagnosticada, mas, em alguns casos, podem levar a complicações sérias e até serem fatais. Somente em 2019, estima-se um total de aproximadamente 78 mil mortes em todo o mundo devido a complicações de infecções agudas por hepatites A e E.

Os esforços globais priorizam a eliminação das infecções dos tipos B, C e D. Ao contrário da hepatite viral aguda, as três causam hepatite crônica, que dura várias décadas e culmina em mais de 1 milhão de mortes por ano por cirrose e câncer de fígado. As hepatites B e C são responsáveis por mais de 95% das mortes pela patologia. 

O vírus da hepatite C é um vírus transmitido pelo sangue, e a maioria das infecções ocorre através da exposição ao sangue devido a práticas inseguras de injeção, cuidados de saúde inseguros, transfusões de sangue não rastreadas, uso de drogas injetáveis ​​e práticas sexuais que levam a exposição ao sangue. Globalmente, estima-se que 58 milhões de pessoas sejam portadoras da hepatite C, com cerca de 1,5 milhão de novas infecções anuais. Dados da OMS mostram que, em 2019, aproximadamente 290 mil pessoas morreram de hepatite C, principalmente por cirrose e carcinoma hepatocelular (câncer primário de fígado). Medicamentos antivirais podem curar mais de 95% das pessoas com a infecção, mas o acesso a diagnóstico e tratamento é baixo. Atualmente, não existe vacina eficaz contra a esse tipo.

A hepatite B, por sua vez, é uma infecção viral que ataca o fígado e pode causar doenças agudas e crônicas. O vírus é mais comumente transmitido de mãe para filho durante o nascimento e parto, bem como através do contato com sangue ou outros fluidos corporais durante o sexo com um parceiro infectado, injeções inseguras ou exposições a instrumentos cortantes. A OMS estima que 296 milhões de pessoas viviam com a doença em 2019, também com 1,5 milhão de novos infectados a cada ano. Naquele mesmo ano, a hepatite B resultou em cerca de 820 mil mortes, principalmente por cirrose e carcinoma hepatocelular. A hepatite B pode ser prevenida com vacinas seguras, disponíveis e eficazes.

Embora tenhamos orientação e ferramentas para diagnosticar, tratar e prevenir a hepatite viral crônica, esses serviços geralmente estão fora do alcance das comunidades e, às vezes, disponíveis apenas em hospitais terciários especializados.

Neste dia 28 de julho, a OMS destaca a necessidade de aproximar os cuidados de hepatite das unidades básicas de saúde e das comunidades, para que as pessoas tenham melhor acesso a informações, diagnósticos e tratamento, independentemente do tipo de hepatite que possam ter, e pretende alcançar a eliminação da hepatite até 2030, como uma ameaça à saúde pública. Para isso, estabelece metas, alinhadas aos objetivos do desenvolvimento sustentável, destacando o papel crítico da cobertura universal de saúde. Assim, a organização determina metas específicas aos países: reduzir novas infecções de hepatite B e C em 90%; reduzir as mortes relacionadas à hepatite por cirrose hepática e câncer em 65%; garantir que pelo menos 90% das pessoas com vírus da hepatite B e C sejam diagnosticadas; e pelo menos 80% dos elegíveis recebam tratamento adequado.

Neste momento, o trabalho tem sido feito para garantir uma agenda sustentável, sensibilizando a comunidade científica e os governos, promovendo parcerias e mobilizando recursos para formulação de políticas baseadas em evidências, aumentando os serviços de triagem, prevenção, cuidados e tratamento.

Vamos juntos promover a meta de eliminação mundial das hepatites virais até 2030!

(*) A Dra. Vera Rufeisen é infectologista do Vera Cruz Hospital

Foto: Dra. Vera Rufeisen / Crédito: Divulgação

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